quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Opinião sobre O Poder das Pequenas Coisas de Jodi Picoult

Autor: Jodi Picoult
Tradução: Manuela Madureira
Título: O poder das pequenas coisas
Editora: Editorial presença
Data de publicação: 2016
ISBN: 97898722359788


A justiça não será praticada até que aqueles que não são afectados se sintam tão ultrajados como os que são” - Benjamin Franklin

Ruth Jefferson é uma enfermeira obstetra experiente, que se depara com uma situação que irá mudar a sua vida. Durante um turno, no Hospital, Ruth é informada que lhe foi atribuído um recém-nascido para realizar uma avaliação de rotina. Os pais deste bebé são supremacistas brancos que exigem ao Hospital que Ruth, afro-americana, cesse os cuidados relativamente ao mesmo. O Hospital acede a esta exigência. No dia seguinte começam as complicações com a saúde do recém-nascido, sendo que este apresenta problemas cardíacos e apenas Ruth está disponível para o ajudar. Neste momento, Ruth tem de tomar a sua maior decisão: ajudar ou não ajudar o bebé, cumprir ou não cumprir as suas ordens.


Jodi Picoult é umas das minhas autoras favoritas. É uma autora que consegue transmitir exatamente aquilo que as personagens estão a sentir, seja isto raiva, angústia, prazer ou alegria. Consegue-nos transportar para a história como se estivéssemos a viver todos os momentos e situações que vão acontecendo, fazendo-nos ao mesmo tempo refletir e pensar no que está a acontecer e o que isso nos faz sentir.

Desta vez, traz-nos uma história com muita angústia e injustiça à mistura, indo buscar dos temas mais polémicos de sempre: racismo e preconceito.

Começamos por conhecer uma das personagens principais, Ruth Jefferson, uma enfermeira obstetra afro-americana que se depara com o bebe Bauer, filho de um casal que recusa os tratamentos da mesma, relativos ao seu recém-nascido, apontando apenas um problema com a cor de pele de Ruth. Algum tempo depois, este bebé apresenta complicações cardíacas, levando à sua morte, sendo Ruth então acusada de homícidio por negligência, pois estava presente quando a morte ocorreu.

Durante a narrativa, vamos vendo a perspetiva de três personagens; Ruth, Turk (pai do bebé) e Kennedy (advogada de Ruth). Um dos aspetos característicos da escrita de Jodi Picoult, que pessoalmente me faz gostar ainda mais dos seus livros, é o facto de nos proporcionar a visão das várias personagens da história, fazendo com que tenhamos contacto com o que cada uma sente e pensa das situações com que se vão deparando.

Ruth é uma personagem simples e humilde, que adora a sua profissão e que sempre foi o seu sonho trabalhar com mamãs e recém-nascidos. Criei logo uma empatia enorme com Ruth, pois este livro surgiu na minha vida pouco depois da minha bebé nascer. Fez-me reviver todos os momentos que passei no Hospital rodeada de enfermeiras como Ruth: meigas, carinhosas e atenciosas. Quando o seu tratamento ao recém-nascido foi proibido, consegui sentir raiva e angústia como se estivesse eu no seu lugar.

Turk é o supremacista branco que nos faz logo sentir uma antipatia bastante vincada. Ainda assim, é uma personagem que nos vai mostrando o motivo de ser assim e o que está por trás das suas convicções, sendo bastante realista. Faz-nos contactar com uma realidade que existe bastante nos Estados Unidos da América e conhecer o funcionamento dos grupos de supremacistas brancos (Skinheads ou Neo-Nazis).

A advogada de Ruth, Kennedy, é uma personagem que inspira confiança e ao mesmo tempo vai descobrir uma faceta sobre ela que desconhecia. Kennedy é uma pessoa branca que pensa que não é racista, que não tem atitudes racistas e que acha o racismo repugnável. Todos nós nos revemos nisto certo? Então e se estivermos errados? E se afinal somos racistas sem darmos por isso? Jodi Picoult criou uma personagem que nos faz reflectir exatamente sobre isso.


Para concluir, posso afirmar com toda a convicção que esta história me fez sentir todas as emoções e mais algumas! Jodi Picoult conseguiu reunir personagens fantásticas que nos fazem querer segui-las até descobrir qual vai ser o desfecho desta história de ficção mas que contém tantas verdades inegáveis. Mais um livro adicionado aos meus favoritos e que em breve vai para o grande ecrã!



Opinião sobre A Rapariga no Gelo de Robert Bryndza

Título: A Rapariga no Gelo
Autor: Robert Bryndza
Editora: Alma dos Livros
Páginas: 355
Tradução: Ana Lourenço
Data de publicação: Junho de 2017
ISBN: 978-989-99705-8-8

Hoje trago-vos a minha opinião em relação ao livro "A Rapariga no Gelo" por Robert Bryndza.

Neste thriller um rapaz descobre o corpo de uma mulher debaixo do gelo, em Londres. Este assassínio está relacionado com mais 3 casos de prostitutas. O caso é entregue à inspectora-chefe Erika Foster, para liderar a investigação. A vitima é uma mulher de uma família de alta sociedade com muitos contactos e ligações que por vezes vão dificultar o trabalho à inspectora Erika.

Apesar de ser um fenómeno de vendas, não posso afirmar que tenha sido um livro que me tenha prendido e colocado algemas até ao ponto de não conseguir pensar em mais nada. Ganhei alguma empatia relativa à inspectora Erika, pois estava num momento vulnerável devido à tragédia da morte do seu marido, tentando mesmo assim descobrir o assassino das 4 vitimas.

 Ao longo do mesmo, vamos descobrindo vários factos sobre a vitima, que por vezes não nos fazem criar uma grande simpatia pela mesma. Ao mesmo tempo, o autor cria uma imagem com demasiados clichés policiais (Donuts? A sério?) envolvidos no meio, fazendo-nos lembrar todas as séries possíveis e imagináveis deste tipo de investigações.

 É uma história de rápida leitura ao ponto de quando nos apercebemos já estamos no final do livro prestes a descobrir quem é o assassino. É um thriller escrito de uma forma simples e limpa, apesar de não nos tirar a respiração nem nos provocar suores frios.

Já que estamos no mês de Outubro, quando as folhas caem e o frio começa a chegar, peguem neste livro e aconcheguem-se no sofá para uma leitura leve como uma pena (o que é dizer muito para um thriller)!




Para quem quiser espreitar, fiz também esta review no meu canal do Youtube: